Apesar da pandemia não ter acabado, queda do número de casos faz hospital reformular estratégia.
O dia 5 de outubro de 2020 ficará marcado para sempre nas vidas de quem esteve em uma das linhas de frente de combate a Covid-19 mais intensas. Finalmente, a principal UTI com o maior número de leitos dedicados aos casos de coronavírus foi fechada nesta data.
A unidade contava com 50 leitos, e devido à queda no número de casos, a Santa Casa de Santos reservou outra unidade de terapia intensiva, com 10 leitos exclusivos para Covid, que poderão suprir a demanda atual.
O provedor da Instituição, Ariovaldo Feliciano, fez questão de homenagear todos os profissionais que estiveram envolvidos nesta batalha, e lembrou também da coragem e dedicação de todos, afinal, estes colaboradores precisaram encarar o medo do desconhecido, e se afastar de seus familiares para cuidar destes pacientes.
Durante os 6 meses de funcionamento, esta UTI Covid-19 realizou 648 admissões, e destas, 73% com Covid-19 confirmados. 61% dos pacientes atendidos necessitaram de via aérea invasiva. No pico da crise, ocorrido nos meses de maio e junho, quando esta UTI chegou à capacidade máxima, 40 pacientes utilizavam ventilação mecânica, 20 precisaram de sessões de hemodiálise e 15 foram pronados.
Apesar de todos os desafios e incertezas, a mortalidade geral foi abaixo da média de 70% indicada pela Associação de Medicina Invasiva Brasileira, ocorrendo em 60% dos pacientes intubados.
“Apagamos a luz com a certeza do dever cumprido, muito mais fortes e orgulhosos de termos honrado a vocação do nosso hospital, em ser a ‘Casa de Deus para os homens e porta aberta ao mar’. Muito grato a todos os médicos da nossa equipe, colegas anestesistas, enfermeiros, fisioterapeutas, serviço social e farmácia. Que venham os próximos desafios!”, diz Dr. Nilson Moura Gambero, médico intensivista e um dos responsáveis pela UTI Covid. “Esta UTI ficará na memória de cada profissional e paciente...uma lembrança de um período de incertezas, medo, ansiedade, frustrações e muita superação”, completa Dr. Nilson Gambero.